"Jesus inclinou-se e começou a escrever no chão com o dedo"
(João 8.6)
A cena é devastadora: uma mulher desesperada, sentindo a morte rondar-lhe por todos os lados. Um grupo radical, legalista e sua armadilha dogmática e impiedosa. Olhares mistos: curiosidade, raiva, expectativa e até um certo êxtase macabro (exemplo do transito, acidente, briga na rua), afinal a multidão adora espetáculos dolorosos. A mulher, no centro de todos os ódios, na convergência efervescente de todas as teologias. O ápice do caos parece iminente. Parece...
Jesus também estava lá. Ele sempre está perto de quem sofre. É o Deus da empatia: do grego, "em" + "patos": dentro do sentimento. O Deus de todos os "ais". O Deus que se sensibiliza, que conhece os bastidores da fúria, as cavernas do medo, as raízes de amargura, as palavras que se mesclam aos gemidos, os sonhos destruídos, a dor em toda sua extensão.
Levaram uma mulher para ser morta dentro do Templo. Teologias da vingança, da fúria e do terror não respeitam geografias. Têm pressa para matar. São os caçadores de escândalos que Davi tão bem retratou no Salmo 35. 21: "Com a sua boca dizem: nós vimos, nós sabemos de tudo!" Gente triste que só consegue um mínimo de prazer ao destruir a alegria dos outros.
Eles queriam um espetáculo do terror, e Jesus lhes deu um: em suas próprias mentes: "Se algum de vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra" (8.7). Em cada mente um tsunami de impurezas começa a jorrar. Somos feitos da mistura estranhamente complicada de imperfeições. Não podemos sair mirando, fulminando, julgando. Esses verbos são conjugados em nossas almas todos os dias. (citar romanos 3: 10 / se gritar pega ladrão...)
Jesus, curvado, escreve no chão... Deus escrevendo no pó!
Foi a ação mais extraordinária que ele fez. E deu tão certo! Até hoje - séculos depois - ainda estamos olhando para aqueles rabiscos. Jesus tirou de cima da mulher TODOS os olhares. Ele a libertou da munição do olhar.
“Fique tranquila” tenho certeza que Jesus escreveu algo
parecido no chão!
Silêncio. Talvez alguns soluços daquela mulher. O texto, a narrativa de João insiste em colocar a marca que os maldosos queriam tatuar nela: adúltera! Jesus não! Ele se levanta e a chama de "mulher" - devolve a dignidade que a marca queria roubar. Mulher! Então faz a pergunta que complementa o processo de liberdade: "Onde estão os teus acusadores? Ninguém te condenou?" Só condena quem julga - e Jesus não a julgou, ele a curou!
O Deus que escreveu no chão agora escreve uma nova história: "Vá e não peques mais!" É como se o Éden fosse redimido. É Deus dizendo à sua filha: "É melhor ficar comigo!" Não erre! Mas, como o mesmo João vai escrever depois: "mas, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo" (I João 2.1).
Por causa
de Jesus sei que sou livre!
O
mesmo Jesus que estava lá para salvar aquela mulher da lei (igreja da época)
está aqui da mesma forma, com as mãos estendidas, pronto a escrever uma nova
história para cada um
Que
a igreja compreenda como Jesus age, da forma dEle, não do jeito que achamos,
livre de qualquer norma, lei, doutrina, simplesmente com graça, essa é a
maneira que Jesus relaciona-se conosco, pessoal, devolve a dignidade, assim
como devolveu dessa mulher, não mais adúltera e sim mulher.
E este mesmo ato se estende a nós, Jesus está com as mãos esticadas para
você neste momento, dizendo: Homem, Mulher, eu que sou o Juiz não estou te
julgando, estou te curando, te libertando do julgo que insistem em colocar em
você, fique de pé e caminhe para mim, pois eu sou o caminho e a porta que te
leva para a vida, venha desse jeito mesmo como você está, você não tem condição
de mudar, sou Eu que te mudo, que te transformo, sei que é difícil tomar essa
decisão, foi para mim, mais vamos orar, esse momento é nossa parte, nossa
escolha, nossa decisão, a parte que nos cabe, só isso, aceitarmos, o resto é
com o Pai, e Ele já pagou tudo, está pago!
Jesus está te chamando, venha pra mim! Ele que se relacionar com você,
te devolver a dignidade perdida, TE CHAMAR PELO NOME
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