quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Vivendo na contramão do mundo /// Julio Martins


Nos dias de hoje, em que estamos sendo bombardeados em todo tempo com todo tipo de corrupção moral e ética, pela televisão, rádio, jornais, internet, propagandas visuais (outdoor) querendo nos mostrar que tudo nos convém, que é super normal sexo antes do casamento, ser adúltero, bebedeiras, experimentar drogas, fumar, não respeitar pai e mãe, dar aquele jeitinho brasileiro, xingar, já ouviram as letras de funk que passam em carros com som altíssimos?..., o governo querendo abertamente transformar o nosso querido Brasil na Roma dos tempos dos “Cesars” onde era totalmente normal e símbolo de status ser uma pessoa bissexual e pedófila, o governo gastando milhões em propaganda aberta, e quando digo aberta digo do ponto de vista de não se esconder mais nada, por que a tempos atrás, esse tipo de coisa era inserido com mensagens subliminares*, agora não, o governo como se não houvesse problema nenhum em nossas escolas, direciona a verba da educação para produzirem algo que só o nome já e auto-explicativo, Kit gay*, querendo ensinar e incentivar nossas crianças que comportamento homossexual* é algo totalmente normal, fazendo que o sentido de democracia seja invertido, pois alguém aqui acha que a maioria da população aprova essa idéia? Sabemos que a intenção do governo em momento algum é nos ensinar a pensar por conta própria e sim nos enquadrar em um sistema de perguntas e respostas ais quais se não baterem com o “padrão” implantado não é considerada certa*, tentando com todo custo fazer com que aceitemos “navegar conforme a maré”,deixarmos a vida nos levar, ir na mão do mundo. Venho falar de um personagem bíblico que tem muito a nos ensinar, mesmo nos dias de hoje.

Gênesis 39: 1 ao 10    NVI
1 José havia sido levado para o Egito, onde o egípcio Potifar, oficial do faraó e capitão da guarda, comprou-o dos ismaelitas que o tinham levado para lá.
2 O Senhor estava com José, de modo que este prosperou e passou a morar na casa do seu senhor egípcio.
3 Quando este percebeu que o Senhor estava com ele e que o fazia prosperar em tudo o que realizava,
4 agradou-se de José e tornou-o administrador de seus bens. Potifar deixou a seu cuidado a sua casa e lhe confiou tudo o que possuía.
5 Desde que o deixou cuidando de sua casa e de todos os seus bens, o Senhor abençoou a casa do egípcio por causa de José. A bênção do Senhor estava sobre tudo o que Potifar possuía, tanto em casa como no campo.
6 Assim, deixou ele aos cuidados de José tudo o que tinha, e não se preocupava com coisa alguma, exceto com sua própria comida. José era atraente e de boa aparência,
7 e, depois de certo tempo, a mulher do seu senhor começou a cobiçá-lo e o convidou: "Venha, deite-se comigo! "
8 Mas ele se recusou e lhe disse: "Meu senhor não se preocupa com coisa alguma de sua casa, e tudo o que tem deixou aos meus cuidados.
9 Ninguém desta casa está acima de mim. Ele nada me negou, a não ser a senhora, porque é a mulher dele. Como poderia eu, então, cometer algo tão perverso e pecar contra Deus? "
10 Assim, embora ela insistisse com José dia após dia, ele se recusava a deitar-se com ela e evitava ficar perto dela.

Tema da reflexão é: “Vivendo na contramão do mundo”

Vejo na vida de Jose, várias coisas que podemos aplicar no nosso viver, pois vejo claramente que Jose viveu num ambiente bem parecido com o nosso, baseado nessa afirmação... Jose teve uma sacada especial, a de ser fiel a Deus, mesmo longe da terra dos seus pais, em uma época que não se entendia Deus com o atributo da onipresença,explicar! o Deus era do pai, que foi do avô, que foi do bisavô...
Tese:Quero propor uma mudança em nossas vidas hoje, que assim como nosso personagem decidiu renunciar a tudo aquilo que lhe foi oferecido, convido a todos nessa manhã começarmos a fazer isso também, renunciar o mundo, andar na contramão do mundo, e assim vivermos uma nova vida ao serviço de Deus. Sairmos daqui com a convicção de que devemos ser crentes melhores, dando testemunho de Cristo em toda parte, principalmente onde não somos conhecidos como cristão e não só na “igreja” (templo)

uma das coisas que vejo na vida de Jose, que me chama a atenção, é que nasceu em uma família atribulada, instabilidade familiar:
Seu pai teve 4 esposas simultâneas, 10 meio-irmão e 1 irmão, tinha o habito de delatar o que os irmãos faziam, isso, com certeza acirrava mais as rivalidades, seus irmãos cogitam em matá-lo, a irmã foi estuprada, seus irmãos Simeão e Levi promoveram uma chacina em virtude do estupro, o irmão mais velho Ruben, deita-se com a esposa do pai, o irmão Judá engravida sua nora Tamar, a qual se passou por prostituta, e ficou grávida do sogro, Jose infelizmente vivia em um lar desestruturado, assim como muito dos nossos jovens, assim como eu vivi, mais vemos que independente de toda a tribulação, Jose fazia o caminho contrario, andava na contramão dos fatos para ser um instrumento de Deus, e nós? Em nossos lares? Fazemos a diferença ou deixamos para lá, meu pai sempre foi alcoólatra, minha mãe..., o que fazemos a respeito disso? Minha casa sabe que sou cristão, minha família ver isso em mim, eu reflito Cristo em minha vida familiar?

outra coisa que vejo na vida de Jose, são suas amizades, quando era escravo de potifar, tinha uma vida normal, pois cuidava dos negócios do seu dono, então vemos que tinha amigos entre a criadagem e na terra do Egito, pois a bíblia relata que era observado e viam a diferença em José, aprendeu o antigo egípcio com um escriba amigo seu, ele era bem visto pelo os que o rodeavam, mais com certeza era zuado pela galera, pois era o diferente, não vivia igual os outros, e nós? Quando estamos com nossos amigos não crentes, eles vêem Cristo em nós? Como são nossas conversas?

mais uma coisa que vejo na vida de Jose, é como se comportava no trabalho, a bíblia relata que os negócios do seu dono prosperavam, vemos que Jose de maneira nenhuma, fazia algo que desabonasse sua conduta como empregado, pelo contrario, era o melhor, não fazia transações irregulares nas compras para o seu senhor, dava conta de tudo, era excelente no que fazia, não desviava nada, devia com certeza ser vitima de suborno para com os vendedores, pois talvez queriam enviar uma nota fria, com valores diferentes do correto, mais Jose era integro em sua conduta, ia na contramão dos demais comerciantes, era justo para com o seu patrão, e a gente? No nosso trabalho, andamos correto, temos algum tipo de conduta que coloque em cheque nosso caráter Cristão? Será que só Por que todo mundo faz eu vou fazer também? Tem um monte, não vai fazer falta, ninguém vai notar! Qual seu apelido no trabalho? Pastor ou Crente do Paraguai?

Vejo também na vida de Jose, que ele se manteve puro, virgem, até o seu casamento, quando a esposa de seu dono se ofereceu para ele, ele vai, e dá aquele corte nela, várias vezes, quanto ele teve que correr da esposa do seu patrão? Viviam na mesma casa! Mais Jose era Crente, o espírito falava mais alto do que a carne, ia na contramão da lógica, quem ia ver ele com esposa de potifar? ******** saber que estava pecando contra Deus, era argumento suficiente para ele, e a gente? Como lidamos com o sexo, estamos esperando o tempo certo? Só quero ficar sem compromisso? Meu namoro esta dentro dos parâmetros bíblicos? Estamos na contramão de toda influencia que recebemos a respeito da relação homem e mulher?

Fora da igreja, somos iguais a Jose?

Estamos indo na contramão em nosso viver?

Sei que não é fácil viver na contramão do mundo, ser Cristão não nos livra das tribulações, assim como não livrou Jose, suas experiências foram: o poço, a escravidão, a acusação de adultério e a prisão. Ao invés de melhorar, a situação de José parecia piorar cada vez mais. Entretanto, ele estava sendo conduzido para o lugar onde Deus queria levá-lo. E conosco é a mesma coisa, devemos nos colocar na posição oposta a do mundo, mirarmos Jesus e seguirmos, é fácil? Vamos ver na prática? Dinâmica de contramão, lembrando que o Espírito Santo que dá o suporte enquanto Jesus é a direção contrária a do mundo

Devemos estar debaixo da vontade de Deus em todos os lugares. Testemunharmos Cristo em nossas vidas em todo o tempo

Ser cristão é andar na contramão do mundo:
·                     .   o mundo vicia, Cristo liberta;
·       o mundo contamina, Cristo cura;
·       o mundo é guerra, Jesus é paz;
·       o mundo é corrupto, Cristo purifica;
·       o mundo acusa, Jesus perdoa;
·       o mundo é ódio, Deus é amor;
·       o mundo é depressão, Deus é alegria;
·       o mundo é frágil, Deus é poder;
·       o caminho do mundo é largo e leva pro abismo, o caminho de Deus é estreito, mas leva à vida eterna;
·       o mundo é mão, Jesus é contramão

Quero propor um desafio a todos que estão aqui, o qual passarmos um dia, hoje, longe daquele pecado de estimação que temos, seja qual for, precisamos de um começo, não é? Que tal agora, aquele nos aflige, quem não precisa de ajuda?
Deixar para amanhã pode ser tarde demais!!!


Vamos orar? E agora colocar em prática o que foi colocado aqui nesta manhã!

Que toda honra e toda glória seja dada ao Senhor Jesus
Cristo!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A maior prova de amor /// Julio Martins

Talvez existam pessoas próximas de nós, que assim que necessário, estejam prontas a irem e doarem sangue por nós, talvez até, se necessário, doarem medula óssea por nós, em casos extremos, doarem, quem sabe? Até um rim, mas, e se você precisa-se de um olho, ou de um braço para se manter vivo, ou de uma perna, vou radicalizar agora, e se você precisa-se da vida de alguém para se manter vivo.
Gostaria que os irmãos abrissem suas bíblias na carta de Paulo aos Romanos, capítulo 5, versículo 8

8 - Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.

Seu amor foi tão grande que...
Cristo se entregou:
Adoramos tanto o Deus poderoso, o Deus que pode nos dar tudo, o Deus que rege tudo, que basta uma palavra de Deus para o milagre acontecer, não é mesmo, mais aí vai uma pergunta, por que o nosso Deus tão poderoso, dono de todo o poder que existe, por que precisou se fazer homem mortal como nós para nos salvar? Existe algo que precisamos entender para podermos compreender o escândalo da cruz, o povo de Israel não conhece o significado da palavra amor da mesma forma que entendemos, para nós amor é algo abstrato, algo que sentimos, algo que podemos até mentir, se for o caso, mais para eles o significado de amor é caridade, não existe eu dizer que te amo sem fazer nada que possa comprovar isso, na palavra amor não tem como ser hipócrita, exemplo, se Jesus diz que devo amar ao que tem fome, não basta eu olhar para o faminto, dizer que o amo, orar por ele e mandá-lo embora sem alimentá-lo, isso não entra na cabeça deles como amor, por isso Cristo deveria demonstrar não com palavras e sim demonstrando com ações, deveria então por esse motivo se entregar nas mãos dos acusadores.

Seu amor foi tão grande que...
Por nós:
Então fico a me perguntar, mais por que Jesus fez isso por mim, quem sou eu para merecer tanto, se Jesus nos amasse por reciprocidade, seriamos fulminados e ressuscitados para sermos fulminados novamente, pois ofendemos Jesus diariamente, indo contra os seus mandamentos, não amando como ele mandou amar, não pregando como ele mandou pregar, indo contra os princípios que Ele tanto pregou para nós (sermão da montanha), e compreendo que foi como Deus servo, servindo a todos nós com a sua vida, para entendermos que na hierarquia de Deus, o maior deve servir o menor, vemos isso na passagem em que Jesus lava os pés dos discípulos que se encontra em João 13: 5 Depois deitou água numa bacia, e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido.
Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim?
Respondeu Jesus, e disse-lhe: O que eu faço não o sabes tu agora, mas tu o saberás depois.
Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu te não lavar, não tens parte comigo. Se Jesus não me servir eu não tenho parte com Ele.

Seu amor foi tão grande que...
Mesmo sendo nós pecadores (ofensores)
Cristo se entregou por nós mesmo nós sendo pecadores (ofensores), mesmo nós não merecermos nem o seu desprezo, nem do seu desprezo somos dignos, e ainda queremos fazer campanhas de carro 0 e um monte de coisas que Jesus quando ouve essas heresias em sua igreja deve falar ao pai, perdoa eles, pois não sabem o que fazem, não devemos nada a ninguém, a dívida que tínhamos foi paga com sangue, foi paga cara demais, pois sendo nós ofensores dele ele nos devolver com o que tinha de mais valioso, sua vida, te convido nesta noite a ver a entrega de Jesus na cruz a partir de hoje com outro ponto de vista, aproveitando o incejo de hoje termos participado da santa ceia, as vezes nem lembramos o que significou para Jesus este momento, queremos constranger pessoas as vezes a não participarem da ceia por um motivo ou outro, mais antes de se fazer um julgamento errado de se deve ou não participar da ceia, lembre do que Jesus fez por vc, aproveitando também que vem a páscoa aí, lembrar que a sexta-feira santa nos faz lembrar que não seremos ajudados pelo poder, apenas pela renúncia de poder, da parte de Deus, por amor de nós. O poder nos força a mudar, apenas o amor pode nos mover a mudar, o poder afeta o comportamento, o amor afeta o coração. E nada na terra move o coração mais do que o amor sofredor. É por isso que a expressão perfeita do amor de Deus por nós é a figura moribunda de Jesus implorando que alguém umedeça seus lábios ardentes na cruz.
Fecho minha fala com uma letra de Rogerio flausino, vocalista do jota quest, a qual não consigo entender que ele esta falando de outra coisa a não ser de Jesus quando declama:

Quero um amor maior
Um amor maior que eu, amor maior que o mundo, amor maior que eu

Que toda honra e glória seja dada a Cristo!

Uma Conversa com o Nazareno por Carlos Moreira

Entrei no bar por volta das dez da noite, queria tomar uma cerveja, relaxar. Não planejava encontrar com ninguém, queria mesmo era ficar só. Pra falar a verdade, eu admitia outras presenças, mas não as pessoas que eu conhecia. Será que eu as conhecia mesmo?

Pedi ao garçom uma Bohemia. Não estava gelada, mesmo assim tomei-a rapidamente, sorvendo-a em grandes goles. Eu estava com "sede"!

Foi só depois da terceira garrafa que olhei na mesa ao lado e tive uma grande surpresa. Lá estava ele, tomando uma cerveja como eu. Esfreguei os olhos como sempre fazia quando via coisas que não deveria ver e voltei a olhar para a mesa do lado. Para o meu espanto, era mesmo ele, bem ao meu lado, num bar, Jesus de Nazaré.

Não estava usando roupas brancas e reluzentes como o pintaram os artistas renascentistas, nem muito menos tinha cabelos longos e olhos azuis, como o Cristo ariano. Antes, os seus cabelos eram curtos e crespos.


Olhei para a sua mesa e vi com espanto que ele estava na quarta cerveja enquanto eu tinha tomado apenas três. Neste exato momento, ele olhou para mim com simpatia e profundidade, ergueu o copo americano no qual bebia e propôs um brinde a distância.

Depois disso me convidou para sentar com ele a sua mesa. Não hesitei, ergui-me um pouco zonzo e num pulo só fui até onde ele estava. Ele sorriu carinhosamente e disse: “você parece um pouco triste”.

Respondi com uma avalanche de perguntas: “O que você faz aqui? Por que freqüenta este lugar? Ele é digno de você? Isto não é contra os princípios religiosos?

Ele me olhou outra vez, agora com ar inquiridor e fez uma pergunta retórica; “Por que não freqüentaria?”

“Bom, eu achei que o seu lugar fosse na igreja, nos altares, nos sermões, compondo os credos... Ele me respondeu: “Altares são prisões, sermões são meras peças oratórias, credos são fórmulas vazias, como, aliás, também são vazios os seus formuladores.

Na verdade, estou aqui porque me expulsaram dos templos, enxotaram-me de lá, construíram uma estrutura na qual não havia lugar para a verdade, por isso venho sempre aqui.

“Mas não foi você mesmo que fundou a igreja e que chamou os apóstolos? Nos evangelhos não estão escritas as suas palavras que dizem: “Sobre esta pedra edificarei a minha igreja? Não foi você quem disse isso?”

“Você não entendeu nada do que eu disse, nem você e nem aqueles que se dizem meus seguidores. Você não entende o que eu falo por que as suas idéias são preconcebidas. Mesmo antes de se dirigir a mim, você já tinha um arcabouço de idéias prontas na cabeça. Você procura em mim apenas a legitimidade para endossar aquilo que você já decidiu que era verdade!”

“Viu, por exemplo, como você achava que eu não poderia estar aqui neste lugar? A essa altura, depois de ter lido tantas vezes a Bíblia, e de ter freqüentado tanto a igreja, você já deveria saber que são as pessoas que fazem o lugar e não contrário”.

Dito isto ele tomou um grande gole de cerveja e continuou: “Vocês não dizem que eu sou onipresente, por que eu não estaria aqui também? Ah, já sei, estes jargões só servem para algumas situações, para outras não, não é?”

“Vocês cristãos de brincadeirinha me transformaram em um fantasma, em um ghost no melhor estilo platônico, mas quando o meu pai resolveu enviar-me para o seu planeta, a primeira coisa que fez foi tornar-me homem. A expressão “se fez carne” lhe diz alguma coisa?”


“Eu sou carne, como você. Eu não sou nada do que disseram de mim. Eu não flutuo, não pego carona em nuvem de algodão, não sou transparente como vidro... sou carne entende? Isso mesmo amigo, carne”. Disse tudo isso enquanto eu o olhava atônito.

“Minha carne, porém, não me aprisiona, como faz a sua no melhor estilo grego. Nesse particular, reconheço, sou legitimamente judeu. Para mim, o corpo é meio de vida e não instrumento de morte. Dionísio e não Apolo, entende?”

“E tem mais, a imagem que a tradição cristã preservou de mim não é nada do que eu queria. A cruz foi real e dolorosa, mas não era ela que eu queria ver associada ao meu nome.” Nessa hora, parei, respirei fundo e disse: “Me perdoe, mas você está louco”. “Não era como um moribundo desfigurado e ensangüentado num madeiro que eu queria ser conhecido pela posteridade. Gostaria de ter ficado marcado na mente de vocês de outra forma”. Ele continuava falando, e cada palavra era uma sentença, uma flecha encravada nas minhas convicções.

Neste ponto interrompi-o e perguntei: “E como você gostaria de ter sido lembrado pelos homens que vieram depois de você?” Ele sorriu e me disse: “Como mestre, como professor. Eu queria ter sido associado com alguém que ensina e não com alguém que morre violentamente. Os que morrem violentamente só suscitam horror e pena”. Eu continuava a escutá-lo, mas agora já não mais o inquiria.


“Gostaria que quando as pessoas se lembrassem de mim, a imagem que viesse a cabeça delas fosse a de alguém entre elas, misturado com os homens, instruindo-os. A grande falácia da religião foi me separar das pessoas, retratarem-me numa cruz longínqua fincada no topo de um monte sombrio”.

Depois continuou: “Pense nisso amigo, reflita sobre estas coisas. Era em um bar que eu planejava me encontrar com você, e não em um templo, embora tenha ido lá algumas vezes”. Tendo dito isto, pagou a conta, levantou-se e desapareceu pelos becos escuros da cidade enquanto os cães latiam ao vê-lo passar.

Quanto a mim, precisei de alguns minutos para me recompor de tudo quanto ouvi do nazareno. Quando voltei à razão, o copo logo a minha frente estava vazio, como se alguém tivesse acabado de bebê-lo.